terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Adeus 179

Há três anos minha vida mudou completamente. Deixei meu apartamento em Niterói, voltei para VR, mas continuei trabalhando durante a semana no Rio. Para sustentar toda essa confusão, passei a morar com minha prima, primeiro em Jacarepaguá e depois no Recreio, onde permaneci até quarta-feira passada. Como trabalho no Centro, todos os dias enfrentava a rotina do 179 - Central/Recreio. Quem conhece o trajeto sabe do que estou falando. É muito chão, muito calor, muitas horas!! Mas tudo era recompensado ao chegar na casa da minha prima e estar com minha família. Presenciei a mudança de endereço deles, a compra do novo imóvel, a escolha das cores, dos móveis, de cada detalhe. Depois acompanhei a notícia da gravidez da minha prima, o nascimento do Francisco e a alegria geral. Hoje o Francisco já tem 11 meses!! Foram muuuuuuuuuuitos momentos divididos, sofridos juntos; muitas alegrias, sorrisos e palhaçadas.

O apoio que recebi deles durante estes três anos jamais irei esquecer!!! Minha prima sempre foi minha grande amiga. Passamos nossa adolescência inteira grudadas, apesar de ela morar em Juiz de Fora, na época, e eu em VR. Fui testemunha do início do namoro dela com o Ricardo, hoje, seu marido. Os dois são como parte de mim. Nós fomos sempre unidos, amigos de verdade. E só mesmo uma amizade bonita assim, verdadeira assim, pode suportar tanta invasão!!! heheheehehe

Sei que posso contar com eles. Sei o quanto sentiremos a falta de toda essa confusão e jamais vou me esquecer do que cada um deles me disse, separadamente, ao se despedir: "Se precisar, se não gostar do lugar para onde vai, volte!!". Nos abraçamos e depois nos largamos... "Ahhh, a gente vai se ver sempre!!!"

É chegada a hora de fechar este ciclo e dar início a outro. A vida anda pra frente e eu preciso seguir meu caminho, dar continuidade aos meus projetos e desenhar outros mais. Há tanto por fazer, tanto por viver!! Venci mais um obstáculo, me mantive em pé de mais uma batalha. A vida é assim, encontros e desencontros. O que vale mesmo é o que levamos no coração e o meu está carregado de amor, de paz, de vontade de viver.

Nos despedimos sim, mas estamos juntos para sempre!! O que compartilhamos está guardado e o que construímos neste período fica de aprendizado, de lembrança.

Ricardo e Ju muito obrigado!!!
Amo vcs!!! Estamos juntos nessa vida!!!
Contem comigo!!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Hoje o camelô vem trazendo..."

Já disse aqui que sofro horrores com engarrafamentos diários no trajeto Recreio -Centro-Recreio. São duas horas, em média, para ir e voltar do trabalho e só isso, só esta parte da minha vidinha suada e corrida, já rende inúmeras histórias, acho até que livros!! Hehe

Pois bem, final de expediente, me carrego até a Central, faço meu lanchinho de sempre (suco de laranja e queijo quente) e vou para o bus, que fica parado aguardando o horário de saída (sim, é o ponto final). Depois, entro no bus, me acomodo (hein??), tapo os ouvidos com o mp3 e passo a mão numa revistinha para amenizar a imensa e calorenta viagem.

Tudo já é rotina pra mim!

Existe um roteiro padrão nestas viagens. Passageiros reclamam da demora do ônibus em sair da Central, da falta de explicação dos despachantes... Depois reclamam do trânsito, do calor, da muvuca... Depois é a vez do motorista, que não abre a porta fora do ponto (deixando passageiros histéricos do lado de fora); que grita pra fora da janela pedindo água aos ambulantes (odeeeeeeeioooooooo esta parte, pois eles gritam mesmo!!); que fecha bruscamente carros menores; que deixa os ambulantes entrarem nos ônibus... Aí, meus amigos, é quando a festa começa. A entrada, em série, dos ambulantes dentro dos ônibus me remete àqueles canais de venda, sabem? É uma oferta atrás da outra. É cada discurso! Cada papo! O ideal seria mesmo gravar o que vejo, pois contando assim, vocês podem não acreditar. Mas o fato é verídico... e diário!

Tem vendedor de escovas de dente, que embora sem dentes na boca, informa que a maioria das bactérias bucais se encontra na língua e que o seu produto é aprovado pela “ordem dos dentistas”; tem vendedor de descascador de frutas e legumes, que faz demonstração na hora. Isso mesmo! Eles se equilibram no meio do corredor, colocam uma caixa de papelão no chão e começam a descascar seus legumes e frutas na frente de todo mundo, num ônibus lotado! Tem também os evangélicos, os que representam instituições de caridade, de apoio aos viciados, aos sem-teto, aos jovens carentes... Tem os que “poderiam estar matando, poderiam estar roubando, mas estão ali pedindo sua ajuda...”; tem os vendedores de barras de cereais, tão baratas, que eles fazem questão de dizer que seus produtos estão dentro da validade... E todos iniciam seus discursos com “Boa tarde/noite Srs. passageiros, hoje (é todo dia assim) o camelô vem trazendo...” e terminam dizendo, “O camelô agradece a audiência, trazendo sempre aquela garantia de qualidade”.

Impossível postar de uma só vez todas as histórias. Prometo que farei isso aos poucos, pois são muitas e todas divertidas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Citação sobre a fala

“Quando dois homens falam juntos, eles não falam juntos, mas cada um por sua vez; um diz algo, depois pára, o outro outra coisa (ou a mesma coisa), depois pára. O discurso coerente que veiculam é composto de seqüências que, quando elas trocam de parceiro, interrompem-se, mesmo se elas se ajustam para se corresponder. O fato da palavra precisar passar de um para outro, seja para ser confirmada, contestada, ou desenvolvida, mostra a necessidade do intervalo. O poder de falar se interrompe, e esta interrupção tem um papel que parece subalterno, aquele, precisamente, de uma alternância subordinada, papel, entretanto, tão enigmático que ele pode ser interpretado como carregando o próprio enigma da linguagem: pausa entre frases, pausa entre os interlocutores e pausa atenta, a do entendimento que duplica a potência de locução”. Blanchot


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Pensando Alto


Por vezes me pego pensando, fazendo balanços a respeito do que vivo ou
vivi. É inveitável! Não aciono nada. Os pensamentos vão se chegando,
ocupando espaços. Nesta hora me deixo levar e os tais, oportunistas
que são, tomam posse da minha mente por segundos, minutos, dias.
Chego a falar alto, como quem está conversando, mas sou só eu e minha
própria voz, num lugar quieto ou, por vezes, na Presidente
Vargas, no Centro barulhento do Rio. Se puder escolher, gosto mais de
falar comigo mesmo por lá. É tão mais libertador! Posso bater altos
papos sem ser nem notada. Todo mundo é meio louco naquela
avenida! Se fosse em Volta Redonda, rapidamente algum parente seria
avisado.

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Rapidíssima: Só no Rio vejo dessas coisas... Um mendigo, em alto e bom som, com as mãos erguidas em protesto, esbravejava hoje à tarde, encarando todos os transeuntes: "O QUE É UMA OXÍTONA???". Demais, não?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2010: O ano em que saí de férias!!

Fim de 2010! Desfecho de um ano muito importante para mim. Ano em que me reinventei, reconstruí, e, principalmente, me permiti.

No ano de 2010 me dei férias de muitas coisas. Fui atípica! Só deixei chegar o que era bom, o que me fazia bem. Pouco me importei se alguém se chateou; se pareci recolhida, isolada; se fui pouco sociável, presente ou até coerente. Não fazer sentido, às vezes faz todo o sentido! Fiz somente o que quis fazer! Me deleitei! Mas, claro, não sem alguma culpa. Aliás, com muita culpa! Mas ainda assim fiz. Quis fazer e fiz. E há certo orgulho nisso, pois nestes 35 anos de vida acho que nunca me permiti tanto, quanto em 2010!

De fora, pouca coisa mudou. Minha rotina foi mantida (e isso já foi vitória das grandes!). Mas por dentro, ahhhhhhhhhh muuuuuuuuuuuuita coisa mudou! Chacoalhei geral meus sentimentos, sensações, pensamentos... Fui e voltei de muitos infernos, e caí de cara no paraíso. Exatamente isso! Caí no paraíso! Ou seja, não estava preparada para estar feliz, mas foi o que aconteceu em 2010. Fui imensamente feliz!

Me perdi e me achei. Me puni e me presenteei. Me deixei errar! E como é lindo e adorável errar! Errar pra gente mesmo é fantástico! Vi que tenho outras versões dentro de mim, que posso ter outras características, sendo eu mesma, entende? (Patropi total!!)

Em 2010 sorri mais, me preocupei menos, me senti mais livre! O que deu pra fazer fiz, o que não deu, ficou. Mas foi bom, foi zen, foi relax! Fui tão mais tolerante comigo mesma, tão mais minha amiga!

E agora... 2011!! É hora de arrumar a casa, a vida!! Hora de retomar os projetos, seguir os sonhos, trabalhar bastante! As “férias” ficaram em 2010, mas a alegria de saber que dentro de mim existe uma Carolina capaz de se permitir, ficou para sempre.