sábado, 29 de outubro de 2011

Diário do CRAS

Um dia no CRAS não é como um dia de trabalho qualquer.

Sexta-feira, chego para mais um dia de atendimento. Hoje estou no Siderlândia.

A equipe do CRAS é admirável! Taninha, a coordenadora, está de férias. Neste dia estamos em seis: A brilhante e competente psicóloga Renata; a guerreira Julinha, pau para toda obra; Tayane, orientadora do Projovem; Natália, assistente social vinda do Dom Bosco; nossa querida Celinha, que é apoio - e faz uma comida deliciosa - e eu.

Dia agitado!! Sempre são muitos os atendimentos desta regional. Nesta sexta, porém, fiz algo atípico: Fui a uma visita domiciliar, a chamada "busca ativa". Visitei, juntamente com a psicóloga Renata, a casa humílima de uma usuária, que reside com seus dois filhos e o marido. Sua situação: Mãe de um bebê de três meses que tem peso de feto. A criança é incrivelmente pequena, quase impossível pegá-la no colo! O pai trabalha, mas é alcoolista e seu dinheiro - o único da casa - vai todo para o bar. A mãe, moça jovem, dona de casa, não reconhece a violência em que vive e diz estar bem. Sua preocupação é apenas o alimento da filha, de três meses e do filho, de 1 ano. O CRAS juntamente com o PSF (Posto de Saúde da Família) estão fornecendo o NAM que a criança precisa tomar, já que a mãe não conseguiu amamentá-la por causa de remédios fortes prescritos em função de outros problemas de saúde. O pai, num dia, bêbado, tomou o NAM da filha que por ter ficado sem alimentação quase morreu. Era final de semana e não havia ninguem no CRAS para repor o NAM perdido. Desde então, a equipe fornece o NAM de acordo com a necessidade, e vão entregando um de cada vez.

A criança está sendo acompanhada pela equipe do Hospital do Retiro que foi quem a encaminhou para o CRAS - Chamado "trabalho em rede", previsão do SUAS (Sistema ünico da Assistência Social).

Minha orientação: Vamos pedir alimentos ao pai. Mesmo vivendo sob o mesmo teto da criança e da mãe há previsão legal. Em condições extremas, como as que lidamos, toda ajuda parece nada! Estamos enxugando gelo! Mas se o pai cumprir a sentença, já estará bom. Caso contrário poderá ser preso, o que neste caso causaria mais problemas. Enfim...

Antes que questionem - quem acaso estiver lendo - esta família não pode ser incluída no programa Bolsa Família, pois a renda per capita ultrapassa o máximo exigido. O pai é alcoolista, mas recebe seguro desemprego (tinha vínculo empregatício) e mais R$150,00 por semana, do trabalho que faz agora.

O porque da visita domiciliar? Bem, a psicóloga Renata que acompanha a mãe e as crianças, encaminhou a usuária para mim, mas ela não foi por duas vezes e por isso fomos até ela. Busca ativa!

Nossa pretensão surtiu efeito: A mãe e uma vizinha, em situação similar, foram ao CRAS e eu as atendi. Conversei calmamente com as duas, que inicialmente estavam arredias. Na conversa, a pouca idade de ambas - as duas poderiam ser minhas filhas - revelou uma vida sofrida, de grandes dificuldades e desamparo. Atendimento encerrado, nos despedimos. Na semana que vem irão me entregar os documentos que lhes pedi. Primeiro passo, suado, foi dado. Agora é aguardar.

À tarde fui a outra visita domiciliar, agora solicitada pela Secretaria. Bairro: Padre Josimo - ao qual carinhosamente chamamos "Padre". A equipe era: Minha querida parceira Beth, da CAPED; Cintia, da APADEM; Jaqueline, assistente social do CREAS, a coordenadora do CRAS Padre Josimo e eu. Conhecemos uma mãe de seis filhos, sendo três portadores de alguma deficiência física e/ou mental. Moram todos em três minúsculos cômodos, quentes, insalubres. O pai das crianças não mora na casa, vem esporadicamente. Possui uma parte exclusiva na casa - um cômodo com banheiro em melhores condições - sem acesso para dentro, onde ficam as crianças e a mãe. O casal não vive mais maritalmente, mas ele ajuda, quando vem. De resto a mãe e as crianças vivem com um BPC (LOAS), verdurão e cesta básica dados pelo CRAS.

Nosso entendimento: Vamos buscar um acordo entre os pais das crianças e melhorar as condições da casa com algumas obras necessárias. Tentarei ajustar uma pensão alimentícia para os filhos.

Já são 16h quando volto para a Secretaria. Reflito um pouco mais sobre o que vi, ouvi, senti. Organizo a papelada, libero mais umas petições, respondo a alguns despachos. Passo para meus assistentes a pauta do dia e da semana. Organizamos nossas agendas. Eles me contam como foi o dia e quais são as pendências. Separo a pasta do próximo atendimento. Tenho audiência pra fazer na segunda... Eles vão embora. Fico ainda um pouco mais. Sou chamada ao Gabinete, mais um último caso. Agora apenas uma consultoria rápida. O caso é criminal. Dou as informações e me vou.

Mais um dia cumprido. Me sinto cansada, mas motivada. Amo o que faço e faço com amor. Acredito! É possível seguir, mudar algo, tocar algo. Enxugo gelo sim, mas existem trocas. Hoje troquei um sorriso com a mãe do Siderlândia, nos abraçamos. A pequenina bebezinha era minúscula, mas sorriu bonito pra mim. No Padre, a mãe dos seis filhos nos recebeu com satisfação. Sentiu-se amparada, e estava. Éramos um batalhão de mulheres! Nos entendemos como mulheres. Aquela dupla, tripla, jornada, o pai trabalhando fora, distante... Ausente! Um dos seis meninos chegava da escola, naquele momento. Olhou para a mãe e disse: "Vou tirar a mochila, tá mãe?". Esta história é, em parte, de todas nós!! Estávamos em casa, entre mulheres...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Parecia Aero, mas era Açude!


O ponto de ônibus é um lugar interessante. Embora existam muitos pelas cidades, e sempre com muitas pessoas amontoadas, é um espaço totalmente invisível para quem tem carro. Quase um não-lugar! Vemos todo mundo passar, mas ninguém nos vê ficar!

É comum nas embaraçosas - e chatas - conversas de ponto de ônibus perguntarmos ao nosso companheiro de cativeiro, qual o ônibus que ele espera. Aliás, é daí que as conversas geralmente começam. E quem conhece o circuito sabe que existem alguns ônibus que são bem, bem mais demorados do que outros; o que pode nos colocar em vantagem ou desvantagem perante os outros confinados. Eu, por exemplo, espero o Aero. Sim, este é o termo utilizado por nós: “espero”. Falamos como gestantes! E o Aero é muuuuuuito famoso pela sua clássica demora. É que existem linhas que temporariamente podem estar mais lentas, por estarem circulando com frota reduzida, em períodos de férias escolares, por exemplo. Mas este não é o caso do Aero. O Aero demora muito há décadas! Já conheci senhoras bem idosas que me disseram que quando faziam o trajeto, há muitos e muitos anos, ele já demorava muito. Entendeu? Por isso quando digo que espero o Aero, recebo sempre um olhar de piedade e às vezes uma palavra de incentivo: “Olha, desde que estou aqui, ele não passou”. Claro que nem ouso perguntar a quanto tempo a pessoa está esperando, que é para me manter firme e crente. Quem costuma dizer aquela frase: “quem espera sempre alcança”, não depende de ônibus! No caso do Aero, então, é quem espera, sempre espera mais um pouco!

Tenho, infelizmente, longa intimidade com este assunto, pois apesar de ter tirado a minha carteira de motorista há 14 anos, nunca dirigi mesmo, de verdade, no dia-a-dia. E embora não tenha desistido deste intento, ainda ando de ônibus e continuo invisível. Sujeita à chuva, à lama, quando os ônibus freiam em cima das poças, à espera, às conversas insuportáveis, ao frio, ao calor, enfim... Desgraça!!

O universo de quem vive dessa espera é tão limitado que, veja bem, ficamos completamente felizes e agradecemos aos céus, quando ele, o dito cujo, aparece. Soltamos gritinhos!!! “Ai, graças a Deus, Aero!”. É como ser resgatado do purgatório! Dá um alívio! Sem contar os inúmeros tiques que desenvolvemos. Um deles é a pescoçada! Sim, aquele hábito de ficar se levantando ou erguendo o pescoço para frente a fim de vermos melhor o ônibus que vem vindo. Chegamos a decorar todos os tipos de ônibus, cores, letreiros, intensidade de luz, para, mesmo de longe, termos condição de identificá-los e nos posicionarmos no melhor local para adentrá-los. O nome “Aero”, por exemplo, vem escrito bem no meio do letreiro, com luz branca, ao invés da amarela. São sinais que vejo de longe! Porém, existe o Açude, que também é um nome pequeno, que começa com “A” e que recentemente apareceu com a mesma configuração. Daí, como ele passa beeeeem mais vezes do que o Aero gasto muitas pescoçadas em vão e sempre chego em casa com dores. Vai vendo... Além desse tique desenvolvemos também transtorno obsessivo compulsivo - TOC. Quando vejo o Aero, em situações em que não estou no ponto à sua espera, tenho vontade de sair atrás dele. Por exemplo, quando estou num barzinho com meu namorado, ou no carro dele, vejo o Aero passar e sinto como se o tivesse perdido. Terrível, mas verdadeiro.

Para quem tem carro e quase nunca, ou mesmo nunca, andou de ônibus os pontos de ônibus são nada. Nunca param para pensar neles ou em quem está neles e provavelmente acreditam que, caso precisassem, um dia quem sabe, enfrentariam isso fácil, que é uma reclamação idiota. Por isso, em sua maioria, são tão sem educação com os que esperam, jogando água/lama em quem não tem para onde correr, negando a preferência para atravessar a rua...

Então vai aí uma dica para você, motorizado sem coração. Quando puder oferecer uma carona a um amigo, OFEREÇA!! Por mais que te dê algum trabalho, que te faça perder uns minutinhos, isso não é nada perto de quem espera 1h e 30min num ponto, parado. Preste mais atenção à sua volta e resgate um amigo do purgatório! Isso vale também para parentes e vizinhos, que são os campeões do ranking.








terça-feira, 19 de julho de 2011

110 São Carlos


E em plena segundona, na minha rotina de toda semana, lá ia eu subindo a imensa ladeira do morro São Carlos, rumo ao CRAS... (Claro que ia subindo a imensa ladeira de bus, né?)ônibus esvaziando ao longo do caminho, quando um senhor de idade, bastaaaannnnte avançada, se deslocou passo a passo, cambaleante, com enorme dificuldade, para a porta traseira do coletivo, na intenção de descer. Porém, ele havia puxado apenas a sobra da cordinha - aquele resto de corda que cai após a última cadeira, sabe? O que também só fui saber depois - e, por esta razão, nem o motorista, nem o trocador, nem ninguém pôde ouvi-lo e o ônibus não parou. Mas o senhor, apesar disso, prosseguiu e estacionou-se num degrau colado à porta, ignorando os enormes riscos a que estava se submentendo. Fiz um gesto para ele, tipo: "Ei, senhor, cuidado aí!! É perigoso!!". Mas ele nem me deu idéia e resmungou qualquer coisa.

Um outro passageiro tentou assessorá-lo, iniciou uma conversa - só ouvi murmúrios - mas como me pareceu bastante dedicado larguei o assunto e virei para a frente. No entanto, a assessoria foi sumariamente rejeitada pelo senhorzinho, que ainda não havia percebido que o ponto onde ele pretendia descer já tinha ficado para trás há "horas". Quando ele se deu conta do ocorrido, tentou gritar, com sua voz fraquinha e falha; parecia mais um gemido. Os poucos passageiros que estavam dentro do ônibus pensaram que ele estava passando mal e o sufocaram com tantas perguntas. Pediram para o motorista parar. O motorista desacelerou como se fosse parar, mas aí alguém, que havia resolvido ser o porta-voz do senhor, disse que era para prosseguir, que ele desceria mais adiante. No entanto, esta foi uma equivocada interpretação, pois o senhor manteve-se no degrau que estava antes, ignorando todo o movimento dos passageiros dentro do ônibus, fazendo menção de descer a qualquer momento.

Um pouco mais a frente o motorista parou, para que outro passageiro pudesse subir. Pronto, deu-se a desgraça!! O senhorzinho ficou preso na porta, grunindo!! Foi um Deus-nos-acuda!! "Páre o ônibus, motorista!!! Páre o ônibus!!" Todos gritavam em defesa do senhor!!

Quando, enfim, o senhor se acalmou e todos entenderam o que havia acontecido, ou seja, que ele havia perdido o ponto há muitos metros atrás, porque tinha puxado a parte final da cordinha - aquela que não faz tocar a campainha - o motorista quis lhe dar uma dica de como voltar.

Quando o senhor saiu do degrau, parecia que o desfecho seria feliz, com moral da história e tudo o mais. No entanto, ele caminhou em direção ao motorista, disse meia dúzia de palavras inaudíveis que terminaram em: "A cordinha está curta!! Está curta!!" e simplesmente se sentou.

Affff

segunda-feira, 4 de julho de 2011

"Humano, demasiadamente, humano"

(escrito, exatamente, há um ano)


Gostaria mesmo de sonhar sem limites, desavergonhadamente, sem parar para pensar se o sonho poderia de algum modo se tornar realidade. Afinal, o que é real? Mas nunca conseguiremos sonhar para além da nossa realidade. Nossos sonhos são a medida do que experimentamos ou conhecemos. Como são pobres nossos sonhos! Nossa imaginação é tão estreita! Gostaria de imaginar o inimaginável, aquilo que nem sei se existe! Algo que esteja além dos meus domínios, dos meus desejos, dos meus sonhos mais escabrosos... Da minha vida e identidade! Queria me entregar às asas de uma imaginação mutante, que se transformasse a cada instante, me impedindo de criar algo que fosse lógico ou possível. Queria que minha imaginação me levasse embora, me fizesse viajar e nesta viagem me fizesse enxergar algo tão óbvio e simples como o amor, mas de um jeito totalmente novo e brilhante, de modo que, ao voltar, eu pudesse me refazer, como uma peça de roupa desconstruída em outra; como reconstruir um sonho a partir de uma outra paleta de cores. Daí, então, teria mais certezas, as certezas de quem já viu algo além do arco-íris, sabe? Mas acho que isso já é minha imaginação prosaica e pobre, sem sentido. Aliás, com sentido, um sentido totalmente humano, o de tentar buscar fora de si, algo que deveria estar dentro. Ou não.

Ahhhhhhhhhhhhhhh cansei!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A quem possa interessar...

Desculpem minha ausência. Minha cabeça está cheia de assuntos pra dividir, mas meu corpo está exausto e meus dedos doem ao digitar. Tenho trabalhado muito.

Tô pausando, mas logo volto!
Grande beijo

p.s.: Não desistam de mim!!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Quem estava no palco?????

Foi anunciado em Volta Redonda que Seu Jorge faria um show dia 14 de maio de 2011, no Porão Hall. Fiquei insadecida para ir. Chamei amigos, fizemos um pré, saímos todos juntos, enfrentamos fila para entrar...


MAS SEU JORGE NÃO FOI!!!

Quem estava no palco eu não sei, mas não era o SEU JORGE!! O Seu Jorge do meu DVD, do meu MP3, dos meus CD não era o cara que estava no palco!!! O Seu Jorge mesmo tem um repertório maravilhoso, não precisa tocar por meia hora a mesma música, nem ficar tanto tempo ausente do palco ou discursando palavras que ninguém entende.

O Seu Jorge é um grande artista, não precisa encher linguiça!!!

E como não era o Seu Jorge no palco, deixei a platéia e fui comer (me entupir) de pizza com os amigos. O pizzaiolo foi o artista da noite!! Não enrolou nem abandonou o forno. Foi ovacionado!! Deu um show!!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vai demoraaaaaaaaaar!!!

Quando fico quieta assim por um tempo é sinal de que as notícias foram se acumulando. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo dificulta compartilhar. Falta tempo, e quando há tempo, falta ânimo!!

Bem, um dos babados é que comecei a malhar. Após cinco anos de total inércia botei o corpitcho pra sacudir. Comecei a malhar na segunda e tô sacudindo até hoje!! Tudo balança!!!! A tirania da "grave idade" vem com força. Salvem o que puderem e rápido!! Daí eu me lembro da peça Cócegas. Alguém viu?? O primeiro quadro é simplesmente uma das cenas mais hilárias que assisti na vida!! Heloísa Pérrisé faz (e muuuuuito bem) o papel de uma professora de ginástica, que vende roupas, ajuda o filho no dever de casa, instrui a empregada sobre o almoço, se maquia e ainda chama a atenção de uma aluna, tudo durante uma aula de step!! MEGA HILÁRIO!!! É de rachar de rir!! É uma sátira à mulher contemporânea que manda o seguinte recado: Temos que ser inteligentes, bem sucedidas, boas mães, esposas presentes, donas de casa exemplares, bonitas, magras e GOSTOSAS!!! Affff

Não importa o quão eficiente você seja, o quão bem-sucedida e respeitada, vai chegar numa academia e sua moral vai toda pro brejo!! O universo de uma academia é icônico!! Tantos espelhos, tanta gente malhada... Uma gritaria!!! Os professores são verdadeiros tiranos!! "Quero ação!!! Vai, puxa, força!! Acelera!! Se quiser continuar gorda fica em casa!!". E são sádicos!! Enquanto estamos suando com meio metro de língua pra fora no spinning, eles dançam e cantam, como se estivessem num ritual satânico em volta de uma fogueira. É de dar medo!! Pra quem não sabe, as aulas de spinning, em geral, acontecem numa sala com as luzes apagadas e na frente, sobre a cabeça do professor, no alto, ficam várias luzes coloridas daquelas que giram como em uma boate. E a música?? MEGA ALTAAAA!! Só pra terem idéia do peso da aula, a trilha sonora da minha última foi KISS. Os ouvidos agradeceram, mas o corpo, as pernas...Afffff, queimaram!!


É aquilo...Trinta e cinco anos é uma boa média, mas ainda há esperança. É possível acreditar e eu tô acreditando com força!!!

Daí chego em casa, após ter trabalhado o dia todo - e ter morrido um pouco na academia - ainda vou estudar. Porque não basta só o corpitcho, é preciso ser sagaz, inteligente, bem-sucedida, assoviar e chupar cana!! E AINDA NEM SOU MÃE!!! Ai ai ai

Só tenho uma coisa a dizer.... VAI DEMORAAAAAAAAAR!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ces´t la vie III (Parte final, juro!!)

A vida só anda pra frente, quer a gente queira, quer não. O passado, ainda que recente, já é passado!

Parar a vida, então, para contar algo que já passou, por vezes é inviável e até cansativo, pois minha vida JÁ mudou de novo (e sempre!).

Ando focada num novo projeto. Novos desafios! E isso é comigo mesmo! Adooooooooooooroo! Tem sido muito bom poder criar e implementar novas idéias, pensar novas formas de trabalhar, discutir com outros profissionais... Gerar energia! Isso é vital! Me tornei uma viciada em mudanças, em novos rumos, em novas possibilidades!


Não temo mais nenhum reboliço do destino, ao contrário, se a “onda” for inevitável, me adianto e me atiro nela para logo chegar ao outro lado, mais calmo e agradável, onde eu posso nadar, flutuar calmamente sobre o mar, bem longe da arrebentação, onde muita gente, por medo, se instala e só apanha! Saber sair da “arrebentação” é uma boa lição e de extrema utilidade!


Mas, claro que não sou essa Brastemp toda, que sabe sair das ciladas da vida sem levar caixotes! Há desgaste, há choro, certo drama – afinal, sou virginiana, e não nego a raça! – mas há também o aprendizado e as mensagens que ficam para sempre. A vida se comunica com todos nós e é bom ouvi-la!

E é o que tem acontecido comigo. Tenho procurado ouvir a vida, prestar atenção em seus sinais, sem, no entanto, deixar de me atirar nela com vontade, pois tenho disposição pra viver e não economizo nesse sentido! Atribuo essa disposição ao amor e ao incentivo que sempre recebi dos meus talentosos pais. Esse amor-cuidado me habilitou a me atirar na vida com responsabilidade e ousadia, porque o amor que a gente recebe em casa, desde pequeno, é uma vacina contra as dores do mundo! Ficamos menos vulneráveis, menos reféns e muito, mas muito mais seguros! Podemos até demorar para dar “os primeiros passos”, mas também quando começamos... Não andamos, corremos!! Claro que meus 35 aninhos também ajudam bem, porque a “casca” vem mesmo é com o tempo!

Assim, encerro este post com um pé no passado e outro no futuro, como num passo. Pausei aqui pra compartilhar com vocês, mas agora, se me dão licença, preciso ir andando, pois a vida, como sabem... Só pra frente!

“Delenda est Cartago!!” (piadinha interna, né pai? Hihihihi)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Só uma, talvez duas, coisinhas...

Dentro do metrô a caminho da estação Afonso Pena, no Rio, um menino de uns quatro anos de idade virou-se para a mãe e perguntou: “Mãe, porque a polícia mata?”. A pergunta me fez inclinar para a frente para ver o rosto da mãe e ouvir melhor sua resposta. A jovem mãe, com seus vinte e poucos anos, tentou explicar: “A polícia mata quem faz mal às pessoas”. Mas o menino manteve-se: “Porque?”. A mãe, então, finalizou: “Depois conversamos sobre isso, é meio difícil, meu filho”.



Porque as mulheres procuram cúmplices para seus atentados às guloseimas? Credo!! Será que nunca conseguem ingerir calorias sozinhas, com personalidade? Têm sempre que infernizar alguém para comer junto com elas!! Afff é difícil manter-se em equilíbrio nessa vida!!




Estar feliz faz a gente parecer leviano. Andar pelas ruas cantarolando e sorrindo pode fazer com que as pessoas pensem que vc enlouqueceu, sofreu um grande e terrível trauma que te fez ficar “fora do ar” ou simplesmente que é irresponsável e inconseqüente. O mundo é dos mau-humorados, deprimidos e reclamões!! Já viu como esse pessoal que vive reclamando da vida, dos filhos, do carro, do emprego, do salário, da família, é respeitado? Tem sempre alguém pra dizer: “Coitado, esse aí agüenta uma barra!” ou “Nossa, que luta é a vida desse aí!” ou ainda “Como trabalha, nossa!”. Estar feliz pode significar que sua vida é perfeita demais, que vc ganha muito e trabalha pouco, que seu marido/mulher ou namorado(a) te faz feliz, que vc consegue tudo o que quer, que vive em harmonia com o mundo... E isso é coisa de gente chata!!! Ninguém pode estar muito bem hoje em dia, jamais!! Não ter do que reclamar faz de vc uma pessoa evitável. Por isso meu conselho é: Minta um pouco, pareça infeliz, conte algo triste e se puder, chore!! Nada como o poder de uma lágrima!! Aff




Minha grande amiga Carol, também conhecida como Cae, me deu uma linda notícia na última sexta, dia 01/04. Apesar de ter sido o “dia da mentira” ela e meu querido amigo - e primo do meu namorado - Thiago, vão se casar!! Claro que serei madrinha e madrinha de verdade, pois fui eu quem os apresentou. Ta bem, foi meu namorado, Fab, quem fez tudo, mas eu fui uma espécie de contra-regra!! Felicidades aos dois, que são muito queridos e merecem tudo de bom!! Só não contem comigo para um divórcio, hein? hehehe



Não acho que a vida de um desenho animado seja tão animada assim!! Ou estão correndo das maldades de uma rainha de Copas ou comendo maçãs envenenadas por bruxas, sendo perseguidoss por gambás apaixonados, fugindo de lobos maus, ou presos em torres altíssimas... A vida em technicolor não é lá essas coisas, não!!





Muitos pensamentos me ocorrem ao longo de um dia, mas nem sempre os registro e, por isso, muitos deles se perdem. Alguns me reencontram, pedindo mais atenção e insistindo em seu valor. Tento conciliar!! Já tive até pensamento fazendo greve, exigindo melhores condições para se desenvolver, reclamando seus direitos de existir!! O que a maioria deles quer é aparecer, ganhar o mundo, enfim... Para dar conta dessa demanda,que me importuna há anos, criei este blog. Então, caros amigos e seguidores, me desculpem se, por vezes, os submeto a leituras enfadonhas, perturbadoras, esquisitas, inúteis, mas são eles... Os tais pensamentos!! Se não os obedeço, daqui a pouco me põem na justiça! E se defender dos próprios pensamentos é bem bizarro, até mesmo pra mim!! heheh

quinta-feira, 24 de março de 2011

C'est la vie II (Eu disse que continuaria!)

Sei que meus leitores são em número maior do que os que se apresentam – e se expõem – com seus comentários. Como sei disso? Ora, eles me revelam sempre que me encontram! Dizem me acompanhar por aqui e se revoltam quando ficam sem notícias. Não é, tio Fofinho? Hehehe

Pois bem, aqui vão as notícias!

Conforme comecei a contar dias atrás, não foram poucas as emoções pelas quais passei o ano passado e início deste. O ano de 2010 começou em clima de restauração, repleto de possibilidades para a reconstituição da minha vida. O anúncio era bem bom e eu estava otimista.

Mas logo em março fui pega com uma bomba. O atendimento jurídico gratuito, um audacioso projeto social onde eu trabalhava no Rio, havia mudado de gestora e muita coisa passou a mudar desde então.

De início foi como uma ameaça de Tsunami que não vingou... Quase um boato! É que, embora a nova gestora já tivesse sido nomeada em Diário Oficial, na prática, nada mudou.

Após quatro anos de trabalho árduo e parceria imbatível, eu e minha grande amiga e companheira de trabalho, a antiga gestora, fomos separadas e sentimos muito toda aquela mudança.

No escuro, então, passei a caminhar.

Lá para o meio do ano a nova gestora convocou uma reunião e com alguma cautela e muita polidez achou por bem encerrar o projeto, pois o mesmo “não fazia mais parte da ideologia da atual gestão”. Enfim... Meu compromisso foi relatar todo o procedimento para o tal encerramento, desde as formalidades até o tempo que seria necessário para “apagar as luzes”.

Após recuperar os batimentos cardíacos e a circulação sanguínea saí de lá com a mesma sensação de “fim do mundo” que o advogado Kevin (Keanu Reeves) demonstrou em Advogado do Diabo, quando saiu do hospital, após perder sua esposa, para encontrar seu pai, O diabão representando por Al Pacino, naquela Nova York vazia de tudo! (Lembram da cena?) A “minha” Nova York foi a Presidente Vargas e naquele momento ela ficou completamente vazia!!

No dia seguinte, semiviva, fui trabalhar e rapidamente tratei de redigir um relatório completo com o número impressionante de 215 processos em andamento e 33 para serem abertos, já com papelada arrumada e tudo. E, em todos, eu teria que renunciar e ainda teria que explicar o “porquê” para cada uma daquelas mulheres. Meu Deus!! Minha nossa!! E a Dona Fulana, rapidamente pensei, como vai receber esta notícia? E a Dona Beltrana... Naquele estado em que ela se encontra ultimamente, em depressão... Conhecia a realidade e a história de cada uma delas!!! Vivi com elas muitas de suas dores e as ajudei a superar outras tantas!! Aquilo não podia estar acontecendo!!! Era choro misturado com raiva, acompanhados pelo receio de não dar tempo e de eu não ter forças para fazer tanta coisa ao mesmo tempo e, pelo visto, sozinha!!!

Prontamente fiz o tal relatório e exigi uma documentação para a finalização formal do projeto. Decidi só finalizar se tal documento me fosse entregue. Antes disso, nada de renúncia!! E por isso não falei nada a ninguém.

Mandei por email e esperei.

Durante vários dias fiquei colada em meu email, na expectativa de qualquer resposta, mas... Nada!! Nadica de nada!!! Desenvolvi até TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) de tanto ficar abrindo e fechando o Gmail. Que gastura!!

Então resolvi mandar mais emails, ratificando o relatório e o pedido da documentação para a finalização do projeto. Todos os emails eram enviados com cópias para as assessoras e a secretária e... NADAAAAA!!! Nenhuma resposta de ninguém!!! Cheguei a delirar com isso, a ter pesadelos e sonhos mirabolantes: “Será que o projeto havia mesmo terminado?? Será que aquela reunião fatídica tinha mesmo acontecido??”. Passei a duvidar do que tinha ouvido e minha sanidade ficou seriamente comprometida. Durante um bom tempo vivi num estágio entre a lucidez e a completa loucura!!

Os meses foram passando, precisei entrar de férias, voltei das férias e... NADAAAA!!

Já era dezembro de 2010 e o recesso forense batia às portas. A gente sempre fechava o expediente nesta época do ano. Precisava falar com ela e saber como ficaríamos!! Se Maomé não estava indo à montanha, não tinha outro jeito, a montanha aqui, teria que ir a Maomé!!

Fui pessoalmente falar com a nova gestora e lhe propus manter os processos que estavam em andamento, nem que fossem sob minha responsabilidade pessoal, como advogada (como disse, estava surtando mesmo!). A proposta, claro, foi aceita.

Que notícia esplendorosa!! Poderia manter os processos em andamento até que fossem finalizados e no início do ano, com o término do projeto, trabalharia com a antiga gestora, no setor onde eu sempre estive lotada. Se o término do projeto era inevitável, ao menos ele seria encerrado sem deixar nenhuma pendência. Naquelas circunstâncias essa possibilidade era a perfeição e eu até comemorei!!

A alegria, no entanto, durou pouco. A empresa pela qual eu trabalhava, terceirizada, encerrou o contrato e uma-torcida-do-Vasco-inteira foi demitida!! Era gente pra dedéu e nessa leva eu, e os 215 processos em andamento, fomos juntos.

Tentamos fazer com que eu ficasse... Em vão, não deu mesmo. E aos 02 de fevereiro de 2011 assinei meu aviso prévio e isso, lhes asseguro de coração, foi o que menos pesou. Minha “morte” já tinha sido anunciada bem antes disso!!

Após cinco anos de trabalho, em sete anos de existência do projeto, foi minha a missão de “apagar as luzes”.

Este projeto foi um grande encontro! Foi ali que me encontrei! Ou como eu mesma disse na despedida: Foi onde encontrei a oportunidade de ser a advogada que eu sempre quis ser!! Foi a semente encontrando o solo fértil!! Era O SONHO!!! E, cá entre nós, quantas vezes em um trabalho temos a oportunidade de fazer EXATAMENTE o que mais amamos??

Continua...

sexta-feira, 11 de março de 2011

C'est la vie!

Andei sumida daqui, é verdade. Coisas que tive que resolver. Perdas, ganhos, mudanças... c’est La vie e seus movimentos sinuosos! Muita coisa pra contar! Então tudo será editado pra caber e não encher. Juro que vou tentar!
Vivemos uma época em que quase tudo é possível. E uma dessas incríveis possibilidades é poder registrar tudo o que há para ser registrado sobre qualquer coisa. Câmeras perfeitas, filmagens profissionais ao alcance de qualquer um e memórias capazes de armazenar uma vida inteira! Tudo isso nos permite “congelar” cada momento de nossas vidas com toda a precisão profissional e ainda criar ilusões, cenários, efeitos... Enfim, por esta razão também, há momentos em que não sabemos se os vivemos ou apenas os registramos. E não raro estamos às voltas com este pequeno dilema: viver, se entregar às sensações do momento, ou parar e ficar registrando o que estamos vivendo? Por vezes nos atropelamos de tanta ansiedade e acabamos por inventar momentos que talvez não existissem não fosse a possibilidade de serem filmados e/ou fotografados com tanta riqueza e facilidade. Em resumo: somos uma geração de “posers” acostumados a sermos clicados, filmados e fotografados a cada instante! Somos treinados para sorrir e desenvolver um melhor “ângulo” ou versão de nós mesmos. Entendemos um pouco de iluminação, contraste, brilho, zoom... Foi-se o tempo do “albinho de fotografias”, das fotos queimadas e/ou mal tiradas. Agora não se tira mais fotos dos momentos que vivemos. Vivemos momentos para tirar fotos!!! O objetivo é registrar, armazenar, clicar! Tudo o mais é acessório!

Dada esta introdução pego o gancho pra dizer que foi mais ou menos assim que me senti nas últimas duas semanas. Psicótica para registrar tudo! Queria parar para fazer anotações, filmar e fotografar, mas não tive como viver, me dirigir, criar roteiro e interpretar tudo ao mesmo tempo! Foram duas semanas insanas!!! Então usei o método antigo. Vivi a experiência, senti as emoções e agora contarei para fazer o meu registro.

Neste post só coube a introdução. Ai ai ai!!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"Ei Carol, relembrando os velhos tempos?"

"Não, aprendendo mesmo!!! Nunca andei de patins antes!!".


Perdi a conta de quantas vezes respondi a esta pergunta nos últimos dois meses!! Espera que eu explico.

Em algum dia do ano passado mencionei ao meu namorado que sempre tive muita vontade de andar de patins, que adoraria ter aprendido e tal. Passou. Numa bela tarde de sábado me aparece o próprio com dois pares: Um para ele e outro para mim. Só que ele sabia andar e eu nunca havia subido em um!! Pois o danado não se contentou só com minha cara de espanto e felicidade, quis o test drive na hora!! Affff!! Lá fomos nós para a quadra e lá fui eu pro chão nas primeiras tentativas. Credo, como desliza!!!! Mal podia ficar paradaaaa!! Que sensação de desespero ter os pés presos num objeto deslizante assim!! Ele, com sua sutileza de hipopótomo e sua "ótima" didática, queria me mostrar logo na primeira aula que era mais divertido se eu andasse mais depressa. "Solta o corpo, pega embalo!!". Nada como um sagitariano professor!! Paciência zerooooo!!! A sorte é que sou escolada no assunto. Enfim... Mas o caso é que de fato fui conseguindo me equilibrar e vislumbrando um pouco do prazer que o patins pode proporcionar.

Daí pra frente passei a praticar todos os finais de semana na praça do meu bairro, onde virei atração esperada. Sempre que me viam, lá vinha a indagação: "Ei Carol, relembrando os velhos tempos?" Ao que eu respondia, sem, no entanto, virar o rosto, claro: "Nada, nunca andei antes!".

E todo mundo achou o máximo aquela pessoa de 35 anos, desajeitada, se equilibrando em cima daquelas rodinhas enfileiradas!! Riam, mas apoiavam tb e passaram até a me elogiar: "Tá melhorando, hein Carol!!"

Agora poucos me notam. Já começo a passar desapercebida. Sinal de que apresento melhoras. Já ando completamente sozinha, sem apoios e até dou umas corridinhas. Que delícia que é!!! Aconselho à todos!!! E nunca mais caí!!

Aprender algo novo é fantástico, o que me lembra o hino de Gonzaguinha... "a alegria de ser um eterno aprendiz". E nessa brincadeira de movimentar o corpo e manter o equilibrio me descobri capaz de uma coisa a mais. E "a pergunta roda e a cabeça gira": "Quantas mais ainda sou capaz de fazer e de aprender?

"É a vida!!! E é bonita e é bonita!!"

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Efeito Caixote

Continuo em Lost. Nada ainda foi resolvido. Este assunto foi suspenso, pois a bola da vez é a minha subsistência. Não vou entrar em detalhes, mas a luta agora é outra e por isso ainda estou em Lost, sem internet e celular na Tijuca.

Vários assuntos de grande importância estão suspensos e esta semana é – tem que ser – decisiva!!

Às vezes tenho a sensação de estar levando caixotes na praia, sabe?? Daqueles que quando a gente se levanta para respirar, e acha que tá tudo no controle, vem outro e outro e outro e ficamos com o biquini cheio de areia e o nariz ardido de tanta água salgada!!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vivendo em Lost

Aluguei um quarto em casa de D. Maria, uma senhora bastante simpática, em algum lugar na Tijuca. Casa simples, arejada, gostosa de morar!! Quartinho arrumadinho, bastante iluminado e muito bem mobiliado. Lá estou perto do meu trabalho, tenho paz para pensar e escrever e nada que possa me distrair. Perfeito!!

Porém, e sempre tem um “porém”, já em minha primeira noite descubro que o meu modem da Vivo não “pega” por lá. Tento daqui, tendo de lá, chego a suar... e nada!! Totalmente desconectada!! E como estava sem meu celular, fiquei ilhada!!

No dia seguinte tratei de me mexer. Meu namorado, muito sabido no assunto, me deu vários diagnósticos e possíveis soluções. Fomos atrás de cada uma delas. Liga pra NET, liga pra Oi Velox, saber cobertura, saber se existe cabo... Depois, saber se a D. Maria permite que seja feito um furo na parede, enfim... E a cada tentativa surgia mais um obstáculo. Isso sem falar no papo das atendentes!! E ninguém merece papinho de atendente!! “Senhora consta em nosso sistema que existe cobertura da Vivo nesta localidade, senhora...” (porque senhora na entrada e na saída????)

“AQNHGASDKHASGDFLJADFLJVSDLKJGSDLGHHJGFAGFDJFHÇJKDFGHKNNBKLFGNMHK”


Após este ataque, tentei dialogar sem ficar histérica: “Mas o caso é que não pega lá, mesmo tendo cobertura e se continuar assim vou partir para a concorrência, que já me deu garantias de que.... blá blá blá..”

É nessa hora que bate o desespero total e você tem a certeza de que o seu problema é só seu e que a atendente está pouco se lixando se você, por qualquer razão, não está conseguindo utilizar o serviço, ou produto, ou o que seja. Daí só te resta apelar pelos “benefícios prometidos” por uma suposta concorrência e a gente faz isso por pura raivaaaaaaaaaaaa!! Como se a atendente fosse se importar!!! Affffffff

Desisti. Depois voltei a pensar e a “acreditar” que poderei, um dia, quem sabe, ter internet no meu quarto. Afinal, ESTOU NO RIO DE JANEIROOOOOOOO, CAPITAAAAAAAL!!! (Será? Meu namorado disse que eu estou em Lost e eu tô começando a acreditar!!)

Minha segunda semana em casa de D. Maria, e agora estou também com meu celular, mas... adivinhem vocês... SEM SERVIÇO!!! Ilhada parte II!!

Dia seguinte, reúno minhas forças e ligo para a Vivo. Ou seja, volto à origem do problema. Sou atendida por uma funcionária que me convenceu a ligar do telefone fixo da casa para o número gratuito deles e junto com eles, com o computador ligado e o modem espetado, saber o que pode estar havendo. Segundo ela, pode ser algum problema na configuração e eles poderão me ajudar.

Saí do trabalho super feliz com esta possibilidade. Cheguei em casa, após uma chuva torrencial, e.... sem luz.

Preciso dizer mais alguma coisa?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Adeus 179

Há três anos minha vida mudou completamente. Deixei meu apartamento em Niterói, voltei para VR, mas continuei trabalhando durante a semana no Rio. Para sustentar toda essa confusão, passei a morar com minha prima, primeiro em Jacarepaguá e depois no Recreio, onde permaneci até quarta-feira passada. Como trabalho no Centro, todos os dias enfrentava a rotina do 179 - Central/Recreio. Quem conhece o trajeto sabe do que estou falando. É muito chão, muito calor, muitas horas!! Mas tudo era recompensado ao chegar na casa da minha prima e estar com minha família. Presenciei a mudança de endereço deles, a compra do novo imóvel, a escolha das cores, dos móveis, de cada detalhe. Depois acompanhei a notícia da gravidez da minha prima, o nascimento do Francisco e a alegria geral. Hoje o Francisco já tem 11 meses!! Foram muuuuuuuuuuitos momentos divididos, sofridos juntos; muitas alegrias, sorrisos e palhaçadas.

O apoio que recebi deles durante estes três anos jamais irei esquecer!!! Minha prima sempre foi minha grande amiga. Passamos nossa adolescência inteira grudadas, apesar de ela morar em Juiz de Fora, na época, e eu em VR. Fui testemunha do início do namoro dela com o Ricardo, hoje, seu marido. Os dois são como parte de mim. Nós fomos sempre unidos, amigos de verdade. E só mesmo uma amizade bonita assim, verdadeira assim, pode suportar tanta invasão!!! heheheehehe

Sei que posso contar com eles. Sei o quanto sentiremos a falta de toda essa confusão e jamais vou me esquecer do que cada um deles me disse, separadamente, ao se despedir: "Se precisar, se não gostar do lugar para onde vai, volte!!". Nos abraçamos e depois nos largamos... "Ahhh, a gente vai se ver sempre!!!"

É chegada a hora de fechar este ciclo e dar início a outro. A vida anda pra frente e eu preciso seguir meu caminho, dar continuidade aos meus projetos e desenhar outros mais. Há tanto por fazer, tanto por viver!! Venci mais um obstáculo, me mantive em pé de mais uma batalha. A vida é assim, encontros e desencontros. O que vale mesmo é o que levamos no coração e o meu está carregado de amor, de paz, de vontade de viver.

Nos despedimos sim, mas estamos juntos para sempre!! O que compartilhamos está guardado e o que construímos neste período fica de aprendizado, de lembrança.

Ricardo e Ju muito obrigado!!!
Amo vcs!!! Estamos juntos nessa vida!!!
Contem comigo!!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Hoje o camelô vem trazendo..."

Já disse aqui que sofro horrores com engarrafamentos diários no trajeto Recreio -Centro-Recreio. São duas horas, em média, para ir e voltar do trabalho e só isso, só esta parte da minha vidinha suada e corrida, já rende inúmeras histórias, acho até que livros!! Hehe

Pois bem, final de expediente, me carrego até a Central, faço meu lanchinho de sempre (suco de laranja e queijo quente) e vou para o bus, que fica parado aguardando o horário de saída (sim, é o ponto final). Depois, entro no bus, me acomodo (hein??), tapo os ouvidos com o mp3 e passo a mão numa revistinha para amenizar a imensa e calorenta viagem.

Tudo já é rotina pra mim!

Existe um roteiro padrão nestas viagens. Passageiros reclamam da demora do ônibus em sair da Central, da falta de explicação dos despachantes... Depois reclamam do trânsito, do calor, da muvuca... Depois é a vez do motorista, que não abre a porta fora do ponto (deixando passageiros histéricos do lado de fora); que grita pra fora da janela pedindo água aos ambulantes (odeeeeeeeioooooooo esta parte, pois eles gritam mesmo!!); que fecha bruscamente carros menores; que deixa os ambulantes entrarem nos ônibus... Aí, meus amigos, é quando a festa começa. A entrada, em série, dos ambulantes dentro dos ônibus me remete àqueles canais de venda, sabem? É uma oferta atrás da outra. É cada discurso! Cada papo! O ideal seria mesmo gravar o que vejo, pois contando assim, vocês podem não acreditar. Mas o fato é verídico... e diário!

Tem vendedor de escovas de dente, que embora sem dentes na boca, informa que a maioria das bactérias bucais se encontra na língua e que o seu produto é aprovado pela “ordem dos dentistas”; tem vendedor de descascador de frutas e legumes, que faz demonstração na hora. Isso mesmo! Eles se equilibram no meio do corredor, colocam uma caixa de papelão no chão e começam a descascar seus legumes e frutas na frente de todo mundo, num ônibus lotado! Tem também os evangélicos, os que representam instituições de caridade, de apoio aos viciados, aos sem-teto, aos jovens carentes... Tem os que “poderiam estar matando, poderiam estar roubando, mas estão ali pedindo sua ajuda...”; tem os vendedores de barras de cereais, tão baratas, que eles fazem questão de dizer que seus produtos estão dentro da validade... E todos iniciam seus discursos com “Boa tarde/noite Srs. passageiros, hoje (é todo dia assim) o camelô vem trazendo...” e terminam dizendo, “O camelô agradece a audiência, trazendo sempre aquela garantia de qualidade”.

Impossível postar de uma só vez todas as histórias. Prometo que farei isso aos poucos, pois são muitas e todas divertidas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Citação sobre a fala

“Quando dois homens falam juntos, eles não falam juntos, mas cada um por sua vez; um diz algo, depois pára, o outro outra coisa (ou a mesma coisa), depois pára. O discurso coerente que veiculam é composto de seqüências que, quando elas trocam de parceiro, interrompem-se, mesmo se elas se ajustam para se corresponder. O fato da palavra precisar passar de um para outro, seja para ser confirmada, contestada, ou desenvolvida, mostra a necessidade do intervalo. O poder de falar se interrompe, e esta interrupção tem um papel que parece subalterno, aquele, precisamente, de uma alternância subordinada, papel, entretanto, tão enigmático que ele pode ser interpretado como carregando o próprio enigma da linguagem: pausa entre frases, pausa entre os interlocutores e pausa atenta, a do entendimento que duplica a potência de locução”. Blanchot


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Pensando Alto


Por vezes me pego pensando, fazendo balanços a respeito do que vivo ou
vivi. É inveitável! Não aciono nada. Os pensamentos vão se chegando,
ocupando espaços. Nesta hora me deixo levar e os tais, oportunistas
que são, tomam posse da minha mente por segundos, minutos, dias.
Chego a falar alto, como quem está conversando, mas sou só eu e minha
própria voz, num lugar quieto ou, por vezes, na Presidente
Vargas, no Centro barulhento do Rio. Se puder escolher, gosto mais de
falar comigo mesmo por lá. É tão mais libertador! Posso bater altos
papos sem ser nem notada. Todo mundo é meio louco naquela
avenida! Se fosse em Volta Redonda, rapidamente algum parente seria
avisado.

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Rapidíssima: Só no Rio vejo dessas coisas... Um mendigo, em alto e bom som, com as mãos erguidas em protesto, esbravejava hoje à tarde, encarando todos os transeuntes: "O QUE É UMA OXÍTONA???". Demais, não?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2010: O ano em que saí de férias!!

Fim de 2010! Desfecho de um ano muito importante para mim. Ano em que me reinventei, reconstruí, e, principalmente, me permiti.

No ano de 2010 me dei férias de muitas coisas. Fui atípica! Só deixei chegar o que era bom, o que me fazia bem. Pouco me importei se alguém se chateou; se pareci recolhida, isolada; se fui pouco sociável, presente ou até coerente. Não fazer sentido, às vezes faz todo o sentido! Fiz somente o que quis fazer! Me deleitei! Mas, claro, não sem alguma culpa. Aliás, com muita culpa! Mas ainda assim fiz. Quis fazer e fiz. E há certo orgulho nisso, pois nestes 35 anos de vida acho que nunca me permiti tanto, quanto em 2010!

De fora, pouca coisa mudou. Minha rotina foi mantida (e isso já foi vitória das grandes!). Mas por dentro, ahhhhhhhhhh muuuuuuuuuuuuita coisa mudou! Chacoalhei geral meus sentimentos, sensações, pensamentos... Fui e voltei de muitos infernos, e caí de cara no paraíso. Exatamente isso! Caí no paraíso! Ou seja, não estava preparada para estar feliz, mas foi o que aconteceu em 2010. Fui imensamente feliz!

Me perdi e me achei. Me puni e me presenteei. Me deixei errar! E como é lindo e adorável errar! Errar pra gente mesmo é fantástico! Vi que tenho outras versões dentro de mim, que posso ter outras características, sendo eu mesma, entende? (Patropi total!!)

Em 2010 sorri mais, me preocupei menos, me senti mais livre! O que deu pra fazer fiz, o que não deu, ficou. Mas foi bom, foi zen, foi relax! Fui tão mais tolerante comigo mesma, tão mais minha amiga!

E agora... 2011!! É hora de arrumar a casa, a vida!! Hora de retomar os projetos, seguir os sonhos, trabalhar bastante! As “férias” ficaram em 2010, mas a alegria de saber que dentro de mim existe uma Carolina capaz de se permitir, ficou para sempre.