sexta-feira, 14 de junho de 2013

A melhor prosopopéia dos últimos anos.


Criei este blog em meio a turbilhões emocionais, como escape para tensões novas e antigas. Legal poder conceber um espaço de silêncio onde a voz sai em letras, provocando sensações as quais não tenho acesso. É como se abrir para um desconhecido. Não há referências!

Há 7 (sete) anos me expus ao desconhecido. Por um momento coloquei de lado meus hábitos e rotina e parti para uma escolha absolutamente nova. Resolvi que faria uma prova para mestrado! Pesquisei as opções, considerando distância, custo, e cheguei até a UFF, em Niterói. A opção foi pela Ciência Política. "Mas vc não é do Direito?". "Sou do mundo!", pensava... Mas não dizia. Deixava pra lá... Minha vontade e curiosidade eram maiores e me tomavam muito tempo!

Me preparei em um mês, lendo exaustivamente! Era o tempo entre a publicação do edital e a prova  discursiva. Treze livros compunham a bibliografia. Dentre eles, alguns autores que conhecia, muitos que só ouvira falar e outros absolutamente estranhos. Lancei-me com confiança! Decidi fazer, encarar, e a única certeza de que me recordo (e me recordo beeeem) foi de que tentaria tanto quanto fosse necessário! Fui...

Fiz a prova, calmamente, divertidamente... Gastei pra escrever... Demorei, curti! Estava alegre pela escolha, por ter ido... Por não ter ouvido os "Ihhhh... Será?". O resultado saiu dois dias depois. Passei! Pasmei! Tinha, ainda, a prova em inglês... Fiz. Mais chata, mas fiz! Passei! Não acreditei! Dias depois, entrevista na UFF. Uma banca com três professores, dentre eles um gênio (que foi meu professor depois), mas que, na ocasião, não fazia ideia. Fui muito bem recebida, com carinho e atenção (aliás, durante todo o mestrado foi assim), com sorrisos e estímulos! Me perguntavam e eu respondia. Conversa solta, fácil, tipo bate papo. Falar nunca foi problema pra mim! Rsrs Fim da entrevista, me despedi e parti pra rodoviária. A caminho de VR fui pensando.... Estava tão feliz!! Me lembro dessa sensação... A semana passou rápida e quando menos esperava veio o resultado final: PASSEI!! Era novembro e as aulas começariam em março do ano seguinte. Era 2006 e tudo ainda estava por vir... Muitas coisas... Tristeza, alegrias, aprendizado... MUDANÇAS!! Segui com confiança.... Confiança que virou tema de mestrado, que me acompanhou em todos os momentos dessa loooongaaaaa caminhada!

Hoje curto tudo o que vivi, me embriago de boas lembranças, desta sensação única de ter percorrido o caminho! Não consigo parar de agradecer aos meus queridos professores e amigos, Inês Patrício e Carlos Henrique, com quem compartilhei bons e difíceis momentos; a quem recorri quando a dor e a angústia tornaram-se parte de mim. A estes professores - no sentido que Deleuze nos dá, de empreendedores da vida -, que me confiaram apoio incondicional, retribuo com o passo seguinte, aquele que define o movimento de caminhar.

Doutorado aí vou eu! Novamente sigo com confiança em direção a uma nova escolha, repleta de novos desafios e novos aprendizados... Não há nada melhor do que a alegria de seguir a vida que se escolheu! E essa, é a minha escolha!!


4 comentários:

  1. ...parabéns!Continue na caminhada , pois na estrada estarão muitos companheiros - vai valer a pena! beijos!

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    1. Sempre...

      Valeu, pai, por tudo!! Vc foi/é o primeiro desses companheiros! :)

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  2. Já ando meio cansada de responder a perguntas do tipo: "Pós em Sociologia? Mas, pra quê? O que você vai fazer com issooo?". Pensar fora da caixa ninguém quer, né?

    Parabéns, Carol! Você merece tudo o que conquistou até agora e o montão de coisa boa que ainda vem pela frente. Tenho certeza.
    Beijão da boadrasta!

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    1. Giovana, esta semana mesmo... Putz! Depois de todos esses anos ouvi de uma amiga: "Vi que vc terminou lá... Pós, mestrado, não sei bem... Vc é doida!! Pra que fez isso?"

      Pra finalizar mandou: "Porque você não está mais loira??"

      A primeira pergunta me estimulou a respondê-la, mas percebi que não teria controle emocional suficiente, então deixei passar. Aí veio a segunda, me causando alívio e a certeza de que meu silêncio valeu ouro!

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